quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A arte do Foley!!

por Bruno López,
Moderador das Mídias Sociais
Hoje tem novidade no blog! Um artigo sobre áudio, escrito por Eduardo Lehr!
Eduardo Lehr é músico, produtor e trabalha com áudios publicitários e artísticos desde 2000. Trabalhou em diversos comerciais, vídeos e curtas fazendo som direto, foley, trilhas sonoras, direção de offs, jingles e sound design. Apesar de morar atualmente em Curitiba continua ligado aos trabalhos audiovisuais matogrossenses através da sua produtora.
Hoje ele vai falar sobre o Foley, e aqui vai o artigo:

por Eduardo Lehr,
Sound Design
A técnica de recriar em estúdio os sons nas cenas dos filmes teve início em 1927, nos EUA por Jack Donovan Foley, que começou a trabalhar na Universal Studios em 1914, em plena era do cinema mudo.

Quando começou a surgir o som nas películas, os microfones e equipamentos usados não captavam mais do que a fala dos atores, sendo necessário gravar à parte os sons dos passos, portas, roupas, cadeiras entre outros que eram feitos no próprio set de filmagem. Atualmente esses sons são reproduzidos um a um, em um estúdio que mais parece um depósito cheio de objetos, porém com um tratamento acústico adequado e uma tela para acompanhar a cena. Desta forma o profissional calça um sapato idêntico ao do ator ou atriz e “segue seus passos” gravando sob uma superfície com o mesmo tipo de piso utilizado na cena, seja ele taco, concreto, areia etc e com o mínimo de roupas possível, além de justas para evitar a interferência de sons indesejados.

Muitas vezes simulamos os sons, podendo por exemplo balançar luvas de couro pra fazer o som de um pombo voando, ou quebrar o talo de um salsão, criando assim o som de um osso quebrando, entre outros. Existem várias técnicas, mas o importante disso é a possibilidade de termos sons com muita qualidade e na intensidade que desejamos para a mixagem final e surround que abordaremos adiante.




Nos trabalhos cotidianos de publicidade e alguns curtas, para sons de carros, aviões, pássaros entre outros ruídos externos, eu faço uso de bancos de sons comprados para ter a garantia de mais qualidade e organização na hora de procurar um determinado ruído, mas normalmente é preciso fazer alguns na “unha” mesmo.

No Brasil esta técnica começou aproximadamente em 1978 e um dos grandes nomes hoje é o Alessandro Laroca, que eu tive o prazer de conhecer pessoalmente no ano passado, e que tem em seu currículo trabalhos como Olga, Cidade de Deus, 2 filhos de Francisco, O Cheiro do Ralo, Chega de Saudade, Lula O Filho do Brasil, Tropa de Elite entre outros.
E o resultado disso conferimos nos nítidos sons de batidas de porta, nos passos firmes dos atores e nas cenas de ação com batidas, capotagens, tiros, socos, explosões e etc. Resumindo um pouco, este é o interessante universo deste profissional repleto de ruídos e silêncio.

Invertendo a ordem deixo aqui meus agradecimentos a equipe da Biss Filmes & Coisas pelo convite e espaço para falar um pouco sobre esses sons e ruídos em suas diversas etapas.
Valeu galera e até a próxima!

Um comentário:

  1. Esclarecedor e de estímulo o artigo.
    Parabéns Lehr e Biss Filmes e Coisas.

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